Saúde e Educação caminham juntas no Pará

Com professores e salas de aula, hospitais garantem direito à educação para pacientes internados

“A aula é o momento de muito aprendizado, carinho e atenção para o Luan. Por isso, sinto orgulho da Sônia”. O agradecimento é de Eliana Sousa, mãe do pequeno Luan Gabriel, de 9 anos, depois de mais uma aula assistida pelo filho internado no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.

Com cerca de 1.400 quilômetros de distância de Santarém, a professora Ilma Pinheiro Gomes também tem feito das suas aulas momentos de alegria para crianças internadas no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua. “É a parte mais legal do dia. As professoras são bacanas, fazem a gente aprender, estudar e brincar”, conta o jovem Arleno Mendes Morais, de 9 anos, que ainda deixou um recado para Ilma e demais professores em agradecimento por um novo presente: “Feliz Dia das Professoras e obrigado pelo helicóptero de papelão”, agradeceu.

Ilma e Sonia são professoras no projeto Classe Hospitalar, parceria das unidades com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que tem garantido o direito e o acesso à educação e de continuidade dos estudos para crianças que estejam internadas para tratamento de saúde por tempo prolongado, em hospitais da rede pública de saúde do Estado.

O tempo de internação é uma realidade para as crianças e adolescentes que fazem tratamento contra o câncer no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém. A unidade, assim como o HRBA e o HMUE, é gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, são quase 90 crianças atendidas atualmente de acordo com o perfil de atendimento em cada hospital.

No Oncológico Infantil, além dos professores da Classe Hospitalar, a unidade também conta com profissionais formados na área de pedagogia atuando nas brinquedotecas. “Para uma criança em tratamento contra o câncer, os períodos de internação acabam sendo marcantes. A pedagogia entra nesse momento, juntamente com toda a equipe assistencial, para que essa criança tenha o melhor cuidado possível, antes mesmo de ser liberada para estudar na Classe Hospitalar”, explica a brinquedista e pedagoga Oncológico Infantil, Elizabeth Cabeça.

Com a Classe Hospitalar em atividade desde 2009, o HMUE tem a alta rotatividade entre os pacientes pediátricos vítimas de traumatismos e queimaduras como um dos desafios para a equipe de professores. “Temos que ir além do pedagógico. Levar carinho, amor e compreensão. Faz parte da nossa conduta profissional ver a condição que o aluno se encontra, ter um cuidado com ele”, afirmou. Todos os dias elas circulam pelas enfermarias para verificar o estado de saúde dos pacientes e aplicar as atividades em sala ou beira-leito, quando eles não têm condições de se locomover”, ressalta a professora Ilma Pinheiro.

Em Santarém, na Classe Hospitalar implantada em agosto deste ano, cerca de 10 pacientes têm recebido atendimento em um trabalho que leva as disciplinas regulares da sala de aula de uma forma diferente. “Conteúdos de língua portuguesa, matemática, ciências são adaptados tendo em vista limitações dos pacientes. Tudo com muito carinho”, conta Sônia, que fala do orgulho em ser professora. “É uma satisfação poder ver a evolução deles diariamente. É uma gratidão que não tem dinheiro que pague. Hoje tenho convicção de que nasci para ensinar”, complementou a professora.

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