Equipe de mulheres no HMIB

No Dia Internacional da Mulher, maternidade exalta a força das profissionais de saúde

Materno-Infantil de Barcarena evidencia a importância das mulheres que cuidam de mulheres

Em nível global, cerca de 70% das equipes de trabalho em saúde e serviço social são compostas por profissionais do sexo feminino, segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

No País, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são a principal força de trabalho da saúde, representando 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais, quanto na atenção básica.

No Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), no interior do Pará, as mulheres também são a maioria, cerca de 80% do total de profissionais. A maior parte atua em equipes da área da assistência, atividades técnicas e também na gestão administrativa.

Mantido pelo Governo do Estado e gerenciada pela Pró-Saúde, o HMIB é referência no atendimento de média e alta complexidades em neonatologia e obstetrícia. Desde a sua inauguração, em 2018, o hospital já realizou mais de 3 mil partos.

Em alusão ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a unidade destaca o protagonismo feminino no setor da saúde e a participação efetiva das mulheres nas experiências de assistência, gestão e educação em um período de grande importância para as mães: a maternidade.

“A presença das mulheres na assistência e gestão é essencial, principalmente em uma maternidade, cujo momento de gerar vidas, em sua grande maioria, já foi ou será vivenciado por nós. Além de profissionais assistenciais, lideranças e gestoras, temos a diretoria desta unidade composta por mulheres”, comenta Patrícia Hermes, diretora Hospitalar do HMIB.

“Nos sentimos privilegiadas pela atuação e representatividade, evoluindo a cada dia na equiparação no mercado de trabalho. Possuímos características de um olhar amplo, integrado e sensível no cuidado em saúde, essa visão é importante para a prestação de um serviço cada vez mais humanizado”, complementa.

Os desafios das profissionais que cuidam

Para Celina Cruz, assistente social e que também é mãe, as vivências com as mulheres na área da saúde oportunizam vencer grandes desafios.

“Participo do atendimento de mulheres que se tornam mães em diversas condições sociais e de vulnerabilidade. É desafiador esse contato, pois é uma vida que precisa de ajuda em diversas áreas, sendo uma realidade também difícil para nós”, afirma.

Natália Cunha, enfermeira obstetra, comenta sobre como a condição da maternidade mexe com o físico, emocional e social das mães, mas também das profissionais de saúde.

“Muitas vezes, essa mãe chega até nós com fragilidades na gestação, sentimentos de dificuldades e complicações no parto e pós-parto. Então, é uma luta por dois, pela vida dela e do seu filho, que pode durar dias ou meses, e isso depende de nós e da nossa atuação. Esse senso de responsabilidade com a vida é desafiador”.

Segundo a psicóloga Daniella Dias, esses desafios são ainda maiores com as cargas emocionais vivenciadas com o processo de hospitalização. “São sentimentos que vêm a partir da rotina das mães que acompanham a intensa jornada desses bebês, que também fazem parte do nosso dia a dia, pois são emoções que elas compartilham conosco”, pontua.

Rede de apoio de mulher para mulher: cuidando de quem cuida

É por meio da rede de apoio entre as profissionais de saúde, envolvendo todas as colaboradoras em ações de humanização, por meio de trocas humanizadas de experiências e ações entre as profissionais de saúde, gestantes e mães, que esses desafios são trabalhados.

“Nós atuamos em um sistema de saúde sob tensão crônica com a pandemia, submetido a pressões adicionais, à medida que respondemos a um desafio global de saúde pública. Isso reflete sobre a importância de que devemos proteger o bem-estar das nossas profissionais de saúde”, evidencia Joice Vaz, diretora assistencial.

Esse cuidado é viabilizado por incentivo ao empoderamento dessas mulheres, mas também com ações de relaxamento e valorização. Para continuar a prestar o melhor atendimento possível com alto desempenho, o autocuidado, apoio e a empatia são temas discutidos na unidade pelas profissionais.

“Ações de descanso e pausas regulares, rodas de conversas e escutas psicológicas, trocas de experiências e dinâmicas entre profissionais, mulheres e mães, respeitando medidas de segurança e distanciamento – com ações humanizadas apoiadas por líderes e gestoras – fazem muita diferença. É cuidar de quem cuida”, afirma Mary Mello, diretora técnica do Materno-Infantil de Barcarena.

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