Hebert Moreschi, diretor do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em Santarém (PA), possui mais de 24 anos de experiência em gestão de saúde, é o nosso sexto convidado para compartilhar suas opiniões e vivências na semana em que se comemora o Dia do Administrador Hospitalar.
Para Hebert, um administrador hospitalar é um técnico, um profissional que foi preparado para fazer a gestão de um serviço que congrega diversas unidades dentro de uma só. Dentro de um hospital, por exemplo, há uma “empresa” de alimentação, uma de lavanderia, uma de limpeza, outra de manutenção, entre outros universos que funcionam de maneira interligada. Todas as áreas precisam trabalhar em perfeita sintonia.
Logo, os administradores hospitalares têm uma missão importantíssima, que é a de conciliar todos esses objetivos, de todos os profissionais em prol do coletivo, fazendo com que a instituição funcione perfeitamente, para que o paciente seja bem assistido. “O papel desse profissional é congregar tudo isso: ter o conhecimento técnico, percepção e inteligência emocional, de forma a lidar com todas as emoções. Somos técnicos, mas o fator humano ainda prevalece. Somos pessoas cuidando de pessoas”, ressalta Hebert.
Segundo o diretor, um dos principais desafios é o fato criação da profissão de gestor hospitalar no Brasil ser ainda muito recente. “Estamos falando de um período de 60 anos para cá, em que começamos a desenvolver profissionais específicos para fazer essa gestão. Um hospital tem que ser resolutivo, humano e assistir os pacientes com tudo que a medicina pode oferecer, mas dentro da viabilidade econômico-financeira”, ressalta.
Outro desafio é o uso consciente dos recursos, que são finitos. Além disso, é importantíssimo manter o engajamento de todos os profissionais envolvidos, conscientizando-os de que certificações são apenas a consequência de um trabalho bem realizado.
Ter uma entidade qualificada e com experiência, como é o caso da Pró-Saúde, que realiza a gestão de serviços de saúde e administração hospitalar há mais de 50 anos, investindo na formação desses profissionais e que conta com uma equipe técnica para dar suporte ao gestor, dá respaldo e facilita o trabalho. Com a Pró-Saúde, todas as unidades gerenciadas contam com uma equipe multidisciplinar formada por diferentes áreas, para que tenham condições de tomar sempre a melhor decisão.
Hebert destaca que um dos aspectos mais relevantes do trabalho realizado no HRBA foi a construção de um relacionamento com a sociedade. “Trazer a população para dentro do Hospital despertou uma consciência sobre a importância de participar do processo de gestão e da tomada de decisões da unidade.
Além de destacar o papel da comunidade, Herbet ainda cita os principais resultados dessas inciativas, com o reconhecimento de entidades externas e importantes no setor de Saúde. É o caso da certificação máxima de qualidade Acreditado com Excelência (ONA 3), concedida pela Organizacional Nacional de Acreditação (ONA). Há ainda diversas outras conquistas como o de “Melhor Projeto de Gestão Hospitalar”, concedido pela Federação Brasileira de Administração Hospitalar, em 2014, e o 2º lugar em 2016; “Melhor hospital público do Norte e Nordeste do País”, conquistando o primeiro lugar no Prêmio de Líderes da Saúde do Grupo Mídia, além de prêmios ambientais como “Hospital Amigo do Meio Ambiente”, nos anos de 2018, 2016 e 2013. O HRBA também se tornou o primeiro hospital público do Brasil a obter o selo “Materiality Disclosures”, emitido pela Global Reporting Initiative (GRI), em 2017 e o primeiro hospital do Norte do país a ser certificado como “Hospital Ensino” a estar fora de uma capital, em 2014.
Segundo Hebert, um administrador hospitalar líder, que está à frente de uma organização de saúde, deve ter conhecimento técnico e preparo para lidar com as diversas situações. “O hospital é uma estrutura extremamente desafiadora todos os dias. Do ponto de vista pessoal, avalio que, além do conhecimento técnico, existe uma característica do profissional de saúde, do líder em saúde, que é o respeito, seja nas decisões técnicas, nas relações institucionais e na relação entre as pessoas que formam o hospital”, pontua. O diretor ainda ressalta que a essência de um Hospital são as pessoas e se houver o respeito entre todas as partes envolvidas na assistência, o paciente sempre será bem assistido. “O respeito, o comportamento ético e a integridade são fatores fundamentais para conquistar credibilidade, tanto das pessoas que trabalham na unidade, quanto da população que é assistida pelo hospital”.
O diretor explica que é importante que os profissionais envolvidos se sintam felizes no trabalho e com consciência de que estão fazendo o melhor para a população. O ponto alto da profissão é quando há um reconhecimento espontâneo de um familiar ou diretamente do paciente. Para o diretor, isso é o que motiva de fato, saber que o trabalho realizado faz a diferença na população assistida. “Isso não tem preço”, finaliza.
Hebert Moreschi é graduado em Administração Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo (SP) e pós-graduado em Gestão Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Desde 2010, é o diretor Hospitalar do Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna, em Santarém, gerenciado pela Pró-Saúde, sob contrato de gestão com Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa).
